quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Reforços

O que um repórter faz depois que ocorre algum ato de violência em qualquer ponto do Estado? Liga para o comando da Brigada Militar da região para saber quais são as providências. A resposta de sempre: reforço no policiamento ostensivo.
Nesta terça-feira (28) uma adolescente de 14 anos foi atingida de raspão na cabeça por uma bala perdida dentro do Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio, em plena Expointer.
Um ato assim coloca em xeque a eficiência da Polícia Militar, ainda mais numa área onde foram colocados 250 policiais para garantir a tranqüilidade do maior evento de agronegócio da América Latina.
Há cerca de cinco minutos conversei com o subcomandante-geral da BM, Coronel Paulo Mendes. "Temos que tomar medidas efetivas, para evitar que um fato lamentável desses venha a se repetir. Estou reforçando o policiamento, aumentando o efetivo e intensificando à fiscalização inclusive com revistas para impedir o porte de armas". Neste ano, até hoje (29), nenhuma arma de fogo foi apreendida pela polícia dentro do parque.
Só em complemento ao blog anterior: o caso, segundo informações iniciais, envolveria briga entre grupos rivais. Álcool? Talvez. E a Lei Seca... Bom, perguntei para o Coronel Mendes se a Brigada Militar se preocupará com isso também dentro do parque, especialmente na sexta, sábado e domingo, como já ordenado pelo Secretário de Segurança Público. "Mas é lógico!".
A campanha é forte...

5 comentários:

Thiago Morão disse...

Passei aqui para primeiro comentar o post anterior. Dia desses eu li a coluna do Paulo Sant'ana que falava sobre Lei Seca. Não quero entrar nessa discussão de certo e errado, mas ele deu uma idéia, ou solução, para esse controle da violência juntamente com a Lei Seca. Segundo ele, deveria ser feito uma espécie de "lista negra", ou seja, proibir a venda em cidades muito violentas. Conforme essas cidades fossem se "limpando", voltaria a ser vendido normalmente. Não sei se é uma boa idéia, mas quem sabe?!

Agora, a respeito do policiamento apético do Estado. Nesta segunda, estive falando com o sub-comandante do policiamento da capital, Coronel Bragança. Era uma matéria sobre roubos de carros. Todas as perguntas eram desviadas, todas as respostas eram "padrão", todas as frases começavam com um "veja bem" ou "primeiramente". Saí de lá frustrado, praticamente sem respostas e com a certeza de que para a BM é muito mais importante ficar numa sala com conversa fiada do que ir para as ruas resolver os problemas.

Desculpa o comentário curto!

Vander disse...

O grande problema da mídia atual é denunciar apenas o fato que mais dá ibope com status de verdade. O que se fez aqui foi eleger a menina que levou o tiro como vítima, o que de fato é verdade, e os profissionais de segurança pública como vilões, o que de fato não são.
Gente, é preciso ter mais cuidado com o foco do que escrevemos. Não é possível fazermos um jornalismo correto se ao invés de denunciarmos quem atirou na vítima, denunciamos a suposta ineficiência da segurança pública.
É óbvio que sei, por experiência própria, que a segurança não dá conta do recado, mas isso é culpa do modelo Yeda, Rigotto, Olívio, Britto de governar e não dos profissionais que estão nas ruas.

Natália Pianegonda disse...

Discordo que se trabalhe com os profissionais da segurança como vilões. Na realidade, como na prática e na teoria cabe a eles o "controle" desse tipo de coisa, é natural que se busque na Brigada Militar respostas.

Concordo que haja exagero em noticiar esse tipo de fato. A questão é que uma pessoa estava carregando uma arma dentro de um ambiente onde há milhares e milhares de famílias e que, de uma bobagem (uma briga), poderia ter havido tragédia.

E duas pessoas foram presas. Mas quando se cria brecha prum caso assim, tem que se fechar pra impedir que fato semelhante ocorra.

O fato é que não é responsabilidade somente da Brigada. É dela também. Mas se sabe que existe muito mruito muito mais (vide post abaixo - este é como um complemento, case, do anterior).

E, ao final, o link é o seguinte: o secretário propõe lei seca. Será que ela faria diferença? Veja bem esse caso. E, mais uma vez, vide depoimento abaixo...

E mais... dependendo do ângulo de análise, é culpa de quem tá na rua também.

Alexandre Lucchese disse...

culpa culpa culpa. essa merda de criação cristã tah fudendo a vida de vcs. perdoai.

Cris Rodrigues disse...

E bom, o órgão responsável pela segurança público pode não ser vilão, mas não está cumprindo com seu papel. Porque ele deveria ser justamente RESPONSÁVEL pela segurança pública, como o próprio nome diz. Se tem violência, alguma coisa está errada. No órgão, que fique bem claro, não nos funcionários. Concordo que isso seja muito mais um problema político, de salários baixos, corrupção, falta de profissionais etc., mas não se pode exclui-lo da análise. É bem o q a Nati disse, a responsabilidade não é somente da Brigada, é dela também.