terça-feira, 4 de setembro de 2007

Extremos

Mais de 60 pessoas presas. Desfeito o grupo quer era responsável por pelo menos um terço dos casos de roubo e furto de carros no Rio Grande do Sul. Se pegarmos agosto como exemplo: foram 90 carros roubados por dia, em média, ou 2790 em todo o mês. 80% em Porto Alegre (que é a cidade onde mais se rouba carros no país) e região metropolitana. Ou seja, em um mês eles roubaram aproximadamente 930 veículos.

O caso teve até cena de filme. Um falso despachante, que forjava documentos dos veículos e de outros membros da quadrilha (numa precisão e qualidade impressionantes) mantinha o escritório para o “serviço” em uma casa em Alvorada. O curioso: atrás da parede falsa de uma lavanderia, que se abria por um sistema eletrônico através de um botão camuflado.

Entre os presos estão pessoas que roubavam e receptavam os veículos, que falsificavam documentos e chassis e que revendiam os carros.

Uma operação deflagrada rapidamente, que surtiu efeitos e que, ainda, dá ao Secretário de Segurança José Francisco Mallman a expectativa que vai cair o número de roubo e furto de carros no Estado.

Verdade seja dita: a Polícia Federal é realmente impressionante. Faz, sozinha, o que nos Estados Unidos, por exemplo, é necessária a atividade de pelo menos cinco órgãos. E faaz o trabalho ser reconhecido e motivo de curiosidade das polícias de outros países. Que tem na gerência pessoas que tiveram consciência e competência para reestruturar uma corporação que até então era de certo modo desacreditada e posta sob dúvida, já que não se falava muito sobre a corporação e os agentes.

Esse tipo de trabalho é o que se espera dos órgãos de segurança pública.

Mas coloquemos num contexto. Houve todo um trabalho de valorização e reestruturação, além dee uma gama enorme de investimentos. Há tecnologia, estrutura física, profissionais capacitados e, mais importante, bem recompensados, o que evita qualquer ato, por exemplo, de corrupção. O salário inicial é superior a R$ 7 mil.

Na outra ponta, marcada pela dificuldade, está a Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Penalizada por toda falta de recursos físicos e humanos com uma demanda de trabalho que cresce a cada dia. Essa mesma polícia prendeu no final de semana mais de 50 pessoas ligadas a roubo de cargas no Estado. Imagine o que não faria nossa polícia se fosse mais valorizada e recebesse mais investimentos.

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