quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Golpe perfeito

Carla comprou um carro há dois anos. Um XSara Picasso 2006, preto, placas de Porto Alegre. Pagou à vista, na revenda da marca, na capital gaúcha. No dia 21 de agosto desse ano, a psicóloga atendeu um telefonema. O inspetor Portela, da 2ª DP de Pelotas pedia seu depoimento em um caso de estelionato investigado na cidade. Cerca de duas semanas antes, um senhor de aproximadamente 60 anos havia registrado uma ococrrência na delegacia a respeito de uma cobrança de empréstimo. Uma financeira ligada ao banco Itaú cobrava dele um empréstimo de 22 mil reais, utilizado para comprar o XSara Picasso de Carla.
A psicóloga foi atrás do banco, do Departamento de Trânsito e da Polícia para entender o que estava acontecendo. Descobriu que seu carro estava alienado ao banco (e que ela não poderia, portanto, viajar com ele para fora do Brasil e nem vendê-lo euqnato o empréstimo não fosse quitado) e não estava mais em seu nome, mas sim no nome do sr. Silmar Lopes, residente em Pelotas. O mesmo que registrou a ocorrência na 2ª DP.
Parece uma história de filme, ficção, conto, livro..Mas não é. Segundo o delegado Adilson Mazin, titular da delegacia responsável pelo caso em Pelotas, a cidade já resgitrou ocorrências semelhantes. Muitos nomes estão envolvidos nas denúncias feitas sobre o caso nos últimos dias. Tudo indica que seja um crime de estelionato envolvendo funcionários do banco, uma revenda de carros usados de Pelotas e um hábil falsificador de documentos.
O banco não quis se manifestar e só entregará os documentos utilizados para o empréstimo mediante pedido judicial. Tanto a Polícia Civil como a advogada de Carla devem entrar com ações até o final dessa semana. O dono da revenda não foi localizado, mas ela permanece em funcionamento no centro da cidade na zona sul do estado.Há indícios de que exista ligação entre esses falsificadores e a última quadrilha descoberta pela Polícia Federal, no interior de Viamão, durante a Operação Patrimônio, no ínicio do mês.
Mas, por enquanto, tudo são suspeitas e indícios. A Polícia segue investigando, mas até que tudo esteja concluído, Carla permanece com o carro alienado e o sr. Silmar continua a dever 22 mil reais de um empréstimo que, sequer, sonhou em pedir. Até quando, hein? Até quando?

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